Promover condições de acesso do trabalhador à cultura no próprio ambiente de trabalho. Esse é principal objetivo do projeto Cultura no Mundo do Trabalho, elaborado pelo MinC, e apresentado nesta terça-feira (21) por representantes do Ministério da Cultura a instituições sindicais representantes dos trabalhadores rurais e urbanos durante realização da oficina Cultura no mundo do trabalho, em Brasília.
O encontro serviu para o MinC apresentar a proposta inicial do projeto, embasado por experiências oriundas do universo desses trabalhadores, para constituir as bases do programa que será implementado via edital. Há mais duas reuniões agendadas, a primeira será no dia 27 de junho, com representantes de movimentos sociais, e a segunda no próximo dia 29, com membros de ministérios que possam ser parceiros na implementação e coordenação do programa.
O projeto, que visa ampliar a relação com os movimentos sociais e novos públicos, integrando ações como os Pontos de Leitura e o Cine Mais Cultura dentro das atividades laborais e envolve as Secretarias de Cidadania Cultural, de Identidade e Diversidade Cultural e da Economia Criativa (em processo de criação), a Secretaria do Audiovisual e a Fundação Biblioteca Nacional, além de estabelecer uma relação interministerial para desenvolver as ações.
A troca de experiências é importante no sentido de que o universo do público-alvo do programa é fragmentado. São trabalhadores formais, informais, das fábricas, do comércio, rurais, urbanos e funcionários públicos.
“Até por essa complexidade, o MinC resolveu criar o programa, pois, até então, havia ações pontuais com uma ou outra classe. Nosso intuito é proporcionar o contato com aspectos culturais para um espectro maior de trabalhadores, respeitando, claro, suas peculiaridades. Nesse sentido, esse primeiro contato é fundamental para essa construção”, afirmou a assessora especial do Ministério da Cultura, Morgana Eneile.
Para tanto, o MinC pretende adequar o ambiente de trabalho aos produtos e ações culturais por meio da relação direta com organizações de representação dos trabalhadores, seja em ambiente urbano ou rural; instalar nos locais de trabalho e convivência cotidiana dos trabalhadores, kit composto, inicialmente, de equipamento audiovisual e leitura e qualificar dois agentes por espaço atendido de forma que venham dinamizar o kit e sua interface com o ministério.
Como forma de expor essas peculiaridades a representante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, via Campesina – Articulação Internacional dos Movimentos Sociais do Campo-, Evelaine Martines, fez uma crítica sobre o pensamento que se tem a respeito da cultura do campo ou das cidades de interior.“Parece que tudo que a comunidade faz é folclore e não é. É a celebração do cotidiano. Produzimos bens culturais e queremos a difusão dessa cultura desenvolvida no seio das comunidades. Queremos ter acesso às políticas públicas”, concluiu.
Experiências
Houve ainda apresentações de programas bem-sucedidos de integração entre cultura e trabalhadores que podem servir de parâmetro para o novo programa. Entre os exemplos foram citados o programa Vidas Paralelas, desenvolvido pela Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural, e a parceria entre a Diretoria de Livro e Leitura e a prefeitura de Diadema que culminou no programa Ponto de Leitura nas Fábricas.
Participaram do encontro representantes da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Movimento dos Sem-Terra (MST)-Via Campesina, Central-Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Força Sindical e União-Geral dos Trabalhadores (UGT).
(Texto: Nemésia Antunes e Marcos Agostinho, Ascom/MinC)
(Fotos: Lula Lopes, Ascom/MinC)
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