A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, premiou nesta quarta-feira, 7, os contemplados pelo Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel – Edição Patativa do Assaré. O MinC investiu R$ 3 milhões na iniciativa, que beneficiou 200 projetos na área de pesquisa, produção e difusão do cordel e linguagens afins. Na cerimônia, realizada em Fortaleza, Ana anunciou que o ministério já está preparando a segunda edição do edital para 2012. Também participaram do evento o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, o diretor de Livro, Leitura e Literatura do MinC, Fabiano dos Santos Piúba, o chefe da representação do MinC no Nordeste, Fábio Lino, a secretária de Cultura de Fortaleza, Fátima Mesquita, a secretária-adjunta de Cultura do Ceará, Maninha Moraes, o assessor-especial da presidência do Banco do Nordeste, Paulo Mota, e o representante da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Arivaldo Viana.
“Com esse edital podemos afirmar em alto e bom tom que a literatura de cordel virou assunto de política pública no Brasil”, disse Ana de Hollanda. A ministra entregou o certificado de premiação aos primeiros classificados em cada uma das quatro categorias do edital: Criação e Produção, Pesquisa, Formação e Difusão em suas respectivas subcategorias. Para os premiados, a ministra disse que “o trabalho de produção artística deles enaltece a cultura brasileira”.
O prêmio recebeu 618 inscrições, sendo 449 projetos classificados. Trata-se da primeira iniciativa do MinC para este segmento da cultura popular e que vem ressaltar a importância da literatura de cordel como patrimônio imaterial brasileiro. A premiação atende também à demanda do setor, quando da realização do Seminário de Políticas Públicas do I Encontro Nordestino de Cordel, em Brasília, em 2009. “Esse programa aponta na direção do que quer a presidenta Dilma Rousseff e a ministra Ana de Hollanda, de que se promova a cultura em todos os cantos do Brasil, reconhecendo a diversidade das expressões culturais do nosso país”, disse Galeno Amorim.
A categoria Criação e Produção foi a que recebeu a maior quantidade de inscrições (323) e também a com mais contemplados – 100, sendo 80 para folhetos e 20 para outras obras. Nesta categoria foi destinado um montante de R$ 1 milhão para a produção de livros, folhetos de cordel, CDs e DVDs, distribuídos entre novos trabalhos e reedições de obras esgotadas. O projeto de José Mauro de Alencar Correia – “O Canto do Patativa” – foi o primeiro colocado na categoria Criação – Produtos Artísticos e também foi a iniciativa que obteve a maior pontuação em todo o edital (96). O projeto consta de um livro, com 13 poemas de Patativa do Assaré, e um CD, com a declamação destes textos, além de uma biografia do mestre cordelista, em formato de cordel. “Este prêmio é um incentivo fundamental, acha visto que o cordel é a literatura-base brasileira”, diz Correia.
A área de Pesquisa recebeu prêmios no valor global de R$ 250 mil, com 10 agraciados. Já o segmento de Difusão teve 40 projetos contemplados – sendo 30 de iniciativas novas – com investimento total de R$ 900 mil.
Outros R$ 850 mil foram destinados para projetos de Formação – sendo 10 iniciativas já existentes e 40 novas. Afonso Fernando Alves de Oliveira foi um dos vencedores nesta categoria, com o projeto “Método canavial”, uma oficina de capacitação na área de produção cultural, para moradores da zona rural de Vicência (PE). Com o prêmio, durante cinco meses, ele capacitará 35 pessoas – oriundas de assentamentos rurais, comunidades quilombolas e grupos de artistas – ajudando-os a elaborar projetos culturais, ou seja, futuros vencedores de prêmios como o Edital Mais Cultura de Literatura de Cordel. Ele destaca que a iniciativa do MinC reconhece um importante nome da poesia popular, Patativa do Assaré, além de celebrar o cordel e a poesia popular, os grupos de coco, emboladores e repentistas. “É um prêmio que revela a cultura do interior do Brasil e cria uma grande produção de livros, de filmes, de capacitações”, diz.
O Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel visa divulgar e estimular a produção literária e demais expressões culturais neste segmento, bem como valorizar e apoiar a propagação da cultura popular, estimulando a geração de renda para poetas e demais artistas que atuem no campo da Literatura de Cordel e linguagens afins. Segundo Fabiano dos Santos, o prêmio confirmou o princípio de Patativa do Assaré, de que ainda temos muito o que cantar, além de criar espaço para que a cultura brasileira seja exercitada.
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